Hipertensão Arterial Sistêmica
- Técnica de esfigmomanometria: Riva-Rocca 1896.
- Sons de Korotkoff:1913.
- Observou-se que níveis elevados de pressão arterial estavam relacionados a um alto risco de eventos cardiovasculares como: insuficiência cardíaca, encefalopatia, insuficiência renal progressiva, AVC e morte precoce.
- Primeiros anti-hipertensivos: reserpina, hidralazina, clorotiazida.
- Primeiro grande Trial com anti-hipertensivos comprovando sua eficácia: 1967!
- Doença cardiovascular crônica mais comum e responsável pela maior parte dos eventos cardiovasculares.
- Epidemiologia: prevalência na população adulta no Brasil = 32,5%. Efeito protetor do estogênio nas mulheres antes da menopausa. HAS é mai comum e mais grave em negros.
- Definição de Hipertensão Arterial Sistêmica:
Entidade Clínica na qual o indivíduo apresenta níveis médios de pressão arterial que conferem um significativo aumento do risco de eventos cardiovasculares, em curto ou longo prazo, justificando uma programação terapêutica.
- Fisiopatologia:
- 95% dos casos: causa desconhecida - HAS primária.
- 05% dos casos: HAS "secundária" - etiologias mais comuns: doença parenquimatosa renal e estenose de artéria renal. Outras etiologias: coarctação da aorta, síndrome de Cushing, feocromocitoma, acromegalia, cocaína, ciclosporina.
- Fisiopatologia da HAS primária:
- Natriuese pressórica só ocorre em níveis maiores de pressão, consequentemente há maior Na+ e retenção de H2O, com isso maior débito cardíaco e maior PA.
- Renina em quantidade alterada? Vasoconstrição arterial e Venosa e aumento PA.
- Predisposição Genética em 30-60% dos casos. Gene APOL1 - mais comum em afrodescendentes, confere proteção contra infecções tripanossômicas, tendo como efeito colateral uma maior predisposição à HAS.
- Baixo Peso ao Nascer/Prematuridade: hipodesenvolvimento na fase uterina com posterior compensação na fase extrauterina com hipertrofia dos glomérulos e consequente desenvolvimento de hipertensão arterial por maior secreção basal de rerina.
- A maioria das teorias patogênicas da HAS primária parte do pressuposto que o evento inicial é o aumento do DC, geralmente por retenção excessiva de Na e H2O pelos rins. A HAS por hiperfluxo, com o tempo, converte-se na HAS por hiper-resistência (aumento da RVP).
- VII Diretriz Brasileira de HAS
- >140/90 mmHg no consultório, média de 2 medidas em 2 consultas.
- Ou uma aferição com valor exageradamente alto (180/100mmHg).
- Ou uma consulta com > 140/90 em paciente com alto RCV.
- > 135/85 mmHg na MRPA (Monitorização Residencial)
- MAPA (Monitorização Ambulatorial):
- > 135/85mmHg vigília
- > 130/80 mmHg 24 h de monitorização
- > 120/70 mmHg no sono.
- Hipertensão do Jaleco Branco
Acredita-se que 30% dos HAS estágio I são, na verdade, portadores de HJB.
PA elevada somente no consultório. PA normal no MAPA.
Prognóstico melhor que os verdadeiros HAS.
Porém, estudos sugerem que 70% de quem tem HJB irá desenvolver HAS pelo MAPA em 10 anos.
- Efeito do Jaleco Branco
Aumento de 20 mmHg na PAS e/ou 10 mmHg durante o consultório
Pode ocorrer em normotensos ou hipertensos
Classificação errônea dos estágios de hipertensão e, consequentemente, provocar hipotensão no paciente.
- Hipertensão Mascarada
PA normal no consultório, porém PA elevada no MAPA.
Quando suspeitar? Paciente com PA normal e sinais de lesão em orgão alvo..
Prevalência de 13% dos HAS.
- Hipertensão Sistólica Isolada
- Hipotensão Ortostática
- Pseudo-hipertensão do Idoso
- Hipertensão Acelerada Maligna
- Exame Físico
Fundoscopia
ITB - Índice Tornozelo-Braquial - normal quando > 0,9 - definido pela razão entre PAS do tornozelo pela PAS do braço homolateral. Se < 0,9 sua razão, há forte suspeita de doença arterial periférica.
- Exame Complementar
Avaliação Inicial de Rotina do Paciente Hipertenso
- Urina I
- K+
- Creatinina
- Glicemia Jejum
- Lipidograma completo
- Ácido Úrico
- ECG
- Lesões de Órgão-Alvo:
1. Lesão Vascular: lesão endotelial com posterior remodelamento vascular, o qual faz elevar a pressão arterial e esta piora este remodelamento num ciclo vicioso. As consequências deste remodelamento (1) Arteriosclerose hialina, (2) Arteriosclerose Hiperplásica, (3) Microaneurismas de Charcot-Bouchard, (4) Aterosclerose.
- Aterosclerose:
O acúmulo de LDL na camada íntima ocorre porque esta pode se ligar a certos proteoglicanos na matriz extracelular, ao se estabelecer na artéria, fica suscetível a sofrer oxidação tanto de sua porção lipídica quanto da proteica. A oxidação no local leve ao aumento da expressão de moléculas de adesão e quimiotáxicas, levando ao acúmulo de leucócitos na íntima junto a gordura. Os monócitos que se fixam na íntima, se transformam em macrófagos, capaz de fagocitar o LDL oxidado - células espumosas. Parte dessas acabam por morrer por apoptose, formando um centro necrótido nas placas mais avançadas.
Lesão inicial da aterosclerose é a chamada estria de gordura que acomete grandes artérias, isso ocorre em todos os indivíduos a partir das primeiras décadas de vida.
A partir ds 30 anos, em pessoas propensas, há evolução para a formada placa de ateroma, progredindo também para artérias de médio calibre (coronárias e carótidas).
A placa de ateroma desenvolve-se preferencialmente nas bifurcações arteriais, onde o turbilhonamento de sangue é maior (ex. bifurcação de carótidas). As porções proximais das artérias de médio calibre também costumam ser afetadas (coronárias, renais, mesentéricas).
O que diferencia a estria gordurosa da placa de ateroma é a presença de tecido fibroso envolvendo o cerne lipídico. Esse tecido fibroso é produzido por células musculares lisas modificadas que migram da média para a íntima.
Placa de ateroma: tecido fibrolipídico com células no seu interior.
As plaquetas podem aderir a placa - trombo branco - estimulando ainda mais a trombogênese e fibrogênese. Com o passar do tempo, a placa desenvolve microvasos em seu interior, contribuindo para o afluxo de leucócitos e sendo responsável pelos episódios de hemorragia intraplaca.
Fatores de Risco para Aterosclerose: Tabagismo, Obesidade, Sedentarismo, Dislipidemias, HAS, Resistência à insulina, Diabetes mellitus, Hiper-homocisteinemia, PCR aumentada, Microalbuminúria, Idade > 50 anos, Sexo masculino ou sexo feminino pós-menopausa, História Familiar e Infecção pelo HIV.
Papel da Hipertensão Arterial na Aterosclerose: Lesão endotelial + Remodelamento Vascular leva a formação maior de fatores de crescimento e citocinas, maior oxidação de LDL e recrutamento de leucócitos.
Complicações da Placa de Ateroma:
O que diferencia a estria gordurosa da placa de ateroma é a presença de tecido fibroso envolvendo o cerne lipídico. Esse tecido fibroso é produzido por células musculares lisas modificadas que migram da média para a íntima.
Placa de ateroma: tecido fibrolipídico com células no seu interior.
As plaquetas podem aderir a placa - trombo branco - estimulando ainda mais a trombogênese e fibrogênese. Com o passar do tempo, a placa desenvolve microvasos em seu interior, contribuindo para o afluxo de leucócitos e sendo responsável pelos episódios de hemorragia intraplaca.
Fatores de Risco para Aterosclerose: Tabagismo, Obesidade, Sedentarismo, Dislipidemias, HAS, Resistência à insulina, Diabetes mellitus, Hiper-homocisteinemia, PCR aumentada, Microalbuminúria, Idade > 50 anos, Sexo masculino ou sexo feminino pós-menopausa, História Familiar e Infecção pelo HIV.
Papel da Hipertensão Arterial na Aterosclerose: Lesão endotelial + Remodelamento Vascular leva a formação maior de fatores de crescimento e citocinas, maior oxidação de LDL e recrutamento de leucócitos.
Complicações da Placa de Ateroma:
- Obstrução gradual do lúmen arterial - angina estável, angina mesentérica, hipertensão renovascular e claudicação intermitente.
- Fraqueza da parede arterial - Aneurismas.
- Trombose da placa - IAM, AVCi, Isquemia mesentérica aguda - Por que ocorre? Instabilidade da Placa: Leucócitos ativados no interior da placa fagocitam parte da capa fibrótica, esta torna-se fina e se rompe, expondo seu conteúdo lipídico altamente trombogênico às plaquetas e fatores de coagulação, levando a trombose do vaso. Ou seja, há rompimento da placa por conta de uma inflamação da mesma (leucócitos tornam esta fina e frágil).
2. Cardiopatia Hipertensiva:
a. Hipertrofia Ventricular Esquerda:
→ Repercussão cardíaca mais comum da HAS.
→ Massa ventricular esquerda para superfície corporal: >116 g/m² homens e >96 g/m² mulheres.
→ Presente no ECO de mais de 50% dos Hipertensos não tratados.
→ Em 10% dos ECG de Hipertensos.
→ Fator de risco independente para RCV e mortalidade.
→ Concêntrica ou Excêntrica.
→ Pode haver isquemia miocárdia pelo excesso de demanda metabólica pela hipertrofia, mesmo na ausência de lesão obstrutiva nas coronárias.
b. Disfunção Diastólica:
→ Muito comum ser achado um grau leve de disfunção diastólica ventricular nos hipertensos.
→ Em caso de um grau mais avançado, há aumento do átrio esquerdo e sintomas de congestão pulmonar. (dispneia, ortopneia).
→ Responsável por 50% dos casos de ICC em HAS.
→ Responsável pelo Edema Agudo Hipertensivo.
→ Idosos podem desenvolver Cardiomiopatia Hipertrófica Hipertensiva: Quadro semelhante à cardiomiopatia hipertrófica hereditária, com HVE concêntrica, com hiperfunção sistólica e disfunção diastólica grave.
c. Cardiopatia Dilatada - Disfunção Sistólica
→ a HAS é a primeira ou segunda causa de Insuficiência Cardíaca no Brasil e no Mundo.
→ disfunção sistólica + dilatação ventricular.
→ inicia-se com IVE e, posteriormente, insuficiência biventricular congestiva.
→ remodelamento cardíaco: cardiopatia dilatada.
→ a diminuição do débito cardíaco pela insuficiência pode normalizar a PA.
→ mau prognóstico: FE reduzia e/ou NYHA alto.
3. Doença Coronariana:
→ Principal fator de risco para doença aterosclerótica coronariana.
→ Espectro clínico: 1. isquemia silenciosa; 2. angina estável; 3. angina instável; 4. IAM; 5. morte súbita.
→ cardiomiopatia isquêmica pelo miocárdio hibernante pode levar a ICC.
→ IAM pode levar a cardiopatia dilatada e disfunção sistólica.
4. Doença Cerebrovascular:
→ AIT, AVEi, AVEh, HSA, demência multivascular e atrofia cerebral (Doença de Binswanger)
→ O evento cerebrovascular mais comum é o AVEi em 80% dos casos - ocasionado na maioria das vezes por um fenômeno tromboembólico relacionado à aterosclerose carotídea. Outro mecanismo é a trombose in situ dos vasos cerebrais.
→ AIT ocorre por pequenos êmbolos provenientes das carótidas - é um prenuncio do AVCi.
→ Hemorragia intraparenquimatosa ocorre por ruptura de microaneurismas de Charchot-Bouchard.
→ HSA ocorre por ruptura de aneurisma sacular congênito ou MAV.
5. Nefropatia Hipertensiva
→ arteriosclerose hialina nas arteríolas aferentes renais, processo chamado de nefroesclerose hipertensiva.
→ o primeiro sinal de comprometimento renal é a presença de microalbuminúria: 30-300mg em 24h.
→ microalbuminúria é um fator de risco para morbimortalidade cardiovascular no hipertenso.
→ apenas 0,3% dos hipertensos evoluem com nefropatia.
→ BRASIL – A NH é a primeira causa de rim terminal ( porque os diabéticos morrem antes da fase terminal dos rins) .
Do ponto de vista anátomo-patológico, na nefroesclerose benigna destacam-se alterações vasculares, glomerulares e túbulo-intersticiais. As alterações vasculares caracterizam-se por hialinose arteriolar e arterial, hipertrofia da média e fibrose intimal. As alterações glomerulares nem sempre estão presentes na nefroesclerose benigna. A alteração mais precoce é o colapso das alças capilares, com espessamento aparente de suas paredes, que na verdade decorre do enrugamento da membrana basal glomerular. Outras alterações glomerulares são descritas, por exemplo: aumento da matriz mesangial, que resulta em esclerose segmentar ou global do tufo glomerular. Nefrite intersticial, freqüentemente de intensidade moderada, associa-se às anormalidades vasculares e glomerulares.
Hipertensão Maligna e Anatomopatologia renal: As anormalidades renais incluem rápida elevação de creatinina sérica, hematúria (podendo ser macroscópica), proteinúria, cilindros hemáticos e leucocitários no sedimento. Os níveis plasmáticos de aldosterona promovem alcalose metabólica hipopotassêmica na fase inicial, porém a uremia e a hiperpotassemia podem obscurecer estes achados iniciais. Com freqüência, observam-se sinais hematológicos de anemia hemolítica microangiopática. Do ponto de vista histológico, podem-se observar duas lesões vasculares distintas: a necrose fibrinóide e a arteriolite hiperplásica das arteríolas interlobulares (lesão em “casca de cebola”). Os glomérulos também podem sofrer alterações proliferativas ou necrose, e a maioria das alterações glomerulares e tubulares é secundária a isquemia e ao infarto. A anemia hemolítica microangiopática e a ativação da sistema renina-angiotensina-aldosterona parecem ser essenciais ao seu desencadeamento/perpetuação.
→ Nefroesclerose Hipertensiva Maligna:
- complicação esperada da hipertensão acelerada maligna
- mais comum em negros
- arteríolas renais sofrem um processo de arterioloesclerose hiperplásica e necrose fibrinoide arteriolar.
- Quadro Clínico: Insuficiência renal que progride dias ou semanas + Proteinúria + Hematúria.
- tratar PA corretamente para melhora do quadro renal.
6. Retinopatia Hipertensiva
→ O comprometimento das arteríolas retinianas espelha o acometimento vascular de outros órgãos. (ex. cérebro, rim)
→ Grupos I e II: Efeito do remodelamento vascular = crônico
→ Grupos III e IV: Efeito da hipertensão acelerada maligna
→ Existe correlação entre retinopatia hipertensiva e nefropatia hipertensiva.
Classificação Keith-Wagener-Barker (1939)
Arteríola em Fio de Prata |
Os sinais de retinopatia hipertensiva podem ser agudos ou crônicos. Os primeiros incluem constrição arteriolar, manchas algodonosas, hemorragias retinianas, exsudatos duros, coroidopatia hipertensiva, descolamento seroso da retina e edema de disco óptico. Cronicamente, há estreitamento arteriolar generalizado, aumento do reflexo dorsal arteriolar, maior tortuosidade vascular, manchas algodonosas e hemorragia retiniana.
Dessa maneira, exames como retinografia, angiofluoresceinografia e tomografia de coerência óptica podem ser indicados para avaliar a perfusão vascular retiniana e a possível necessidade de uso da fotocoagulação a laser ou da injeção intraocular de corticoide e/ou de anti-VEGF. Vale adicionar que não existe tratamento oftalmológico específico para as lesões retinianas causadas pela HAS.
Na gestação, a toxemia gravídica, decorrente da eclâmpsia e da pré-eclâmpsia, pode desencadear estreitamento arteriolar, hemorragia retiniana, exsudatos algodonosos, depósitos lipídicos, edema retiniano e papiledema. Existe ainda a possibilidade de descolamento seroso da retina bilateral em gestantes hipertensas, porém há uma entidade com os mesmos achados denominada coriorretinopatia serosa central. O que a difere da retinopatia hipertensiva é a apresentação unilateral, assim como o bom prognóstico pós-puerpério.
7. Aneurisma de Aorta Abdominal:
→ Geralmente na porção infrarrenal, acomete 3% dos hipertensos.
→ O risco de ruptura se torna importante quando a aorta abdominal mede mais que 5 cm de diâmetro.
8. Claudicação Intermitente: acometimento aterosclerótico de artérias femorais.
- Identificação de Lesões Subclínicas de Órgãos-alvo:
1. ECG com sinais de HVE
2. ECO com sinais de HVE
3. Espessura médio-intimal de carótida > 0,9mm ou presença de placa de ateroma
4. Índice tornozelo-braquial < 0,9
5. Taxa de Filtração Glomerular < 60 ml/min/1,72m²
6. Microalbuminúria 30-300 mg/24h
Guideline 2017 de hipertensão da Sociedade Americana de Cardiologia
- Normal : quando PAS < 120mmHg + PAD < 80mmHg;
- Elevada quando PAS estiver entre 120 e 129mmHg + PAD entre 80 e 89mmHg
- Mudança de estilo de vida e retorno em 6 meses.
- Hipertensão Estágio 1 – Quando PAS estiver entre 130 e 139mmHg ou PAD entre 80-89mmHg
- Fazer o cálculo do Risco Cardiovascular em 10 anos (atherosclerotic cardiovascular disease (ASCVD) risk calculator)
- Se risco < 10% ᐅ Modificações do estilo de vida e retorno em 6 meses.
- Se risco > 10% ou paciente tem evidências de Doença Cardiovascular, DM ou Doença Renal Crônica ᐅ Mudança Estilo de Vida + 1 Antihipertensivo e retorno em 1 mês:
- Se meta obtida: retorno em 6 meses.
- Se não obtida: considerar aumento de dose ou troca de medicação + retorno mensal até atingir a meta pressórica.
- Hipertensão Estágio 2 – Quando PAS estiver acima ou igual a 140mmHg ou PAD acima ou igual a 90mmHg
- Mudança de hábitos + 2 Antihipertensivos de classes distintas e retorno em 1 mês.
- Se meta obtida: retorno em 6 meses
- Se não: trocar classes ou dose e retorno mensal até atingí-la.
_____________________________________________________ - Com isso a HAS passa a prevelecer em 46% da população mundial.
- Antes, estágio 2 recebia só 1 medicação AH - passou para 2 medicações.
- Não há mais "pré-hipertensão" - esse termo foi eliminado no atual Guidiline.
👉 Diagnóstico: 2-3 medidas em 2-3 ocasiões díspares ou MAPA 24h (método ideal).
- Cuidados ao aferir a pressão arterial:
- Use nº correto do manguito (cuff): Cuff muito pequeno eleva 2–10 mm Hg.
- Remova roupas do espaço a ser medido: roupas elevam de 5-50 mm Hg.
- Paciente não deve conversar duranta a aferição: aumento de 10 mm Hg.
- Bexiga não pode estar cheia: aumento de 10 mm Hg.
- Braço deve estar ao nível do coração: posição errada eleva 10 mm Hg.
- Pernas precisam estar descruzadas: pernas cruzadas acrescentam 2-8 mm Hg.
- Evite ingestão de cafeína, uso de cigarro e exercícios 30 minutos antes do procedimento.
- Na primeira consulta, afira em ambos os braços e considere a PA de maior valor.
- Use a PA de obliteração radial obtida pela palpação como PAS e infle 20-30mm Hg acima para iniciar o processo de ausculta.
- Desinsufle o manguito ao passo de 2mm Hg/s, considera PAS o primeiro som de Korotkoff e o último nitidamente audível como PAD.
👉 Pressão Arterial Alvo:
- Para maioria dos pacientes: 130x80mm Hg
- Para diagnóstico inicial de HAS com PA entre 130x80mmHg e 160x100mmHg
- Monitorização periódica de adultos já diagnosticados com HAS do avental branco
- Usar a MAPA em pacientes com MRPA ou auto-medida sugestivos de HAS do avental branco
- PA consistentemente entre 120x75mmHg e 129x79mmHg em pacientes não-tratados para diagnóstico de HAS mascarada.
👉 Exames básicos para seguimento de pacientes hipertensos:
- Perfil Lipídico
- Creatinina
- Urina I
- Glicemia
- Hemograma
- Na, K e Ca
- TSH
- ECG
👉 Farmacologia da Hipertensão Arterial:
- Pessoas de raça negra: mais propensas à HAS, 2 ou mais medicações são recomendadas para atingir meta < 130/80mmHg. Tiazídicos e/ou BCA são mais efetivos em diminuir PA nessa raça. Morbi-mortalidade assoc. à HAS é mais frequentes nos negros e hispânicos comparada à morbi-mort. dos brancos.
- Fármacos de Primeira Linha
- Tiazídicos ou TZD-like ᐅ Clortalidona, HCTZ (25-50mg, 1x), Indapamina, Metolazone
- Comentários: Clortalidona tem maior 1/2 vida e reduz eventos CVasc. Atenção aos níveis de ⬇Na, ⬇K, Ca e ⬆Ácido úrico - Evitar em pacientes com Gota!
- IECA ᐅ Captopril (12.5 - 150mg, 2 a 3x), Enalapril (5 - 40mg, 1 a 2x), Ramipril (2,5 - 10mg, 1 a 2x).
- Comentários: Não assoc. com BRA ou inibidores da renina (ex. alisquireno); ⬆ K (especialmente em renal crônico); IRA em caso de estenose bilateral severa de aa. renais; não usar em pacientes com histórico prévio de angioedema com IECA; Não usar em gestantes.
- BRA ᐅ Candesartana, Irbersatana, Losartana (25 - 100mg, 1x), Olmesartana, Telmisartana, Valsartana (80 - 320mg, 1x)
- Comentários: Não assoc. com IECA ou inibidores da renina (ex. alisquireno); IRA em caso de estenose bilateral severa de aa. renais; não usar em pacientes com histórico prévio de angioedema com BRA (pode ser usado em caso de angioedema para IECA); Não usar em gestantes.
- BCC
- Diidropiridínicos: Amlodipino (2,5-10mg, 1x), Nicardipino SR (5-20mg, 1x) Comentários: Evitar em pacientes com IC com reduzida FE; edema em MMMII dose-dependente, mais frequente em mulheres.
- Não Diidropiridínicos: Diltiazem SR (180-360mg, 2x), Diltiazem ER (120-480mg, 1x), Verapamil IR (40-80mg, 3x),Verapamil SR (120-480mg, 1 a 2x)Comentários: Evitar usar rotineiramente com β-block devido ao risco de bradicardia e BAV; Evitar em pacientes com IC com reduzida FE; Interação medicamentosa com diltiazem e verapamil (CYP3A4)
- Diuréticos de alça (loop diuretic)ᐅ Espironolactona (50-100mg, 2x)
- Comentários: Fármaco de escolha no Hiperaldosteronismo Primário e Hipertensão Refratária; ginecomastia and impotência; Comum fármaco adicionado na terapia em casos de hipertensão refratária; Evitar suplementos com K+.
- β-Bloqueadores
- Cardioseletivos ᐅ Atenolol (25-100mg, 2x), Bisoprolol, Metoprolol tartrate (100-400mg, 2x), Metoprolol succinate (50-200mg, 1x)Comentários: Não são recomendados como agentes de primeira-linha, a não ser que o paciente tenha ICA ou IC; Preferido em pacientes com broncoespasmo necessitando de beta bloq; Bisoprolol e succinato de Metoprolol são preferidos em paciente com IC com FE reduzida. Evitar cessação abrupta da medicação (efeito rebote)
- Não cardioseletivos ᐅ Propanolol.Comentários: Não usar em caso de hiperreatividade de vias aéreas; Evitar cessação abrupta da medicação (efeito rebote).
- Com atividade em α- and β-receptores ᐅ Carvedilol (12.5-50mg, 2x), Labetalol (200-800mg, 2x).Comentários: Preferido em paciente com IC com FE reduzida; Evitar cessação abrupta da medicação (efeito rebote).
- Inibidores diretos da Renina ᐅ Alisquireno (150-300mg, 1x)
- Comentários: Não usar assoc. a IECA/BAR; Hipercalemia em paciente com IRC ou em uso de K; IRA em caso de estenose bilateral severa de aa. renais; Não usar em gestantes.
- Central α1-agonistas e outras drogas de ação central ᐅ Clonidina, Metildopa
- Comentários: Reservados como última linha de tratamento devido aos significantes efeitos adversos no SNC, especialmente em idosos; evidar descontinuação abrupta de clonidina, a qual pode induzir crise hipertensiva.
- Vasodilatadores diretos ᐅ Hidralazina (50-200mg, 2 a 3x) e Minoxidil
- Assoc. com retenção de Na e H2O e taquicardia reflexa; usa-se em assoc com diuréticos e beta bloq; Hidralazina pode ocasionar síndrome lúpus-like; Minoxidil pode ocasionar hirsutismo.
👉 Fatores de Risco HAS:
- As mudanças no estilo de vida podem reduzir a PAS em 4-11mm Hg .
- Espera-se que a cada peso perdido, haja redução de 1 mm Hg na PA.
- Recomenda-se 90-150 min de ex. aeróbico por seman ou 3x/semana de ex. de resistência.
- Alimentação: DIETA DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension)
- Rica em frutas, vegetais, grãos e baixa ingesta de gordura.
- Sal < 1.500mg/dia
- Reduzir bebidas para 2 drinks para homens e 1 para mulheres/dia.
LINKS RELACIONADOS À HAS: 7 MITOS SOBRE O SAL (ENG)
FONTES:
- http://professional.heart.org/idc/groups/ahamah-public/@wcm/@sop/@smd/documents/downloadable/ucm_497446.pdf
- http://professional.heart.org/professional/ScienceNews/UCM_496965_2017-Hypertension-Clinical-Guidelines.jsp?UTM_source=Postcard&utm_medium=Print&utm_campaign=Hypertension
- https://cardiopapers.com.br/
- http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/revista-medica/materias/Pages/manifestacoes-oftalmologicas-da-hipertensao-arterial-sistemica.aspx
- MEDCURSO - CARDIOLOGIA - CLÍNICA MÉDICA 2018
- http://arquivos.sbn.org.br/casosClinicos/Caso54/diag.html
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