Cardio #03 - Dissecção Aórtica Aguda

agosto 19, 2018 Posted by Laura M. , , No comments
Histórico:
·        1ª descrição de aneurisma arterial – Galeno, 131 – 200 D.C.
·        1a descrição aneurisma aórtico – Morgani, 1761
·        Termo, aneurisma dissecante – Laennec, 1826
·        1a tentativa cx – Gurin, 1935

·        Sucesso na cirurgia – De Bakey
Definição
·        Delaminação anterógrada e retrógrada de suas paredes produzidas pela infiltração de sangue em um espaço (falsa luz) entre a adventícia e a íntima.
·        Ruptura da íntima – aterosclerose
·        Incidência de 15 casos por milhão de habitantes/ano
·        Aguda – 2 semanas • Subaguda – 2 semanas/ 2 meses • Crônica - > 2 meses
Patogênese
·        Trauma
·         Degeneração da média – deterioração do colágeno e elastina ▫ Idade ▫ HAS 
·        Aterosclerose – ruptura da íntima
·        Marfan e Ehlers-Danlos – defeito do tecido conectivo
·        Arterites, coarctação da Ao, lesão valvar Ao, cateterismo, cirurgia, gravidez e drogaditos.
Classificação
1. Stanford: A e B – 75% e 25% respectivamente,
2. De Bakey: I, II e III – 70, 05 e 25% respectivamente
Fatores de Risco
v  Hypertension
v  Connective tissue disorders Ehlers-Danlos syndrome Marfan disease Turner syndrome
v  Cystic medial disease of aorta
v  Aortitis
v  Iatrogenic
v  Atherosclerosis
v  Thoracic aortic aneurysm
v  Bicuspid aortic valve
v  Trauma
v  Pharmacologic
v  Coarctation of the aorta
v  Hypervolemia (pregnancy)
v  Congenital aortic stenosis
v  Polycystic kidney disease
v  Pheochromocytoma
v  Sheehan syndrome
v  Cushing syndrome
Quadro Clínico
• Dor Retroesternal ▫ Intensa ▫ Início súbito ▫ Descendente ▫ Migratória
• ICC (7%)
• IAM (1% - 2%)
• Isquemia renal (5% - 8%)
• Isquemia mesentérica (3% - 5%)
• AVC (6%)
• Síncope (13%) (taxa de mortalidade > e > prob de tamponamento e AVC)
• Neuropatia periférica isquêmica
• Paraplegia
• PCR
• Morte súbita

Exame Físico – Achados:
• Sopro de regurgitação aórtica
▫ 30% proximal
• Déficits de pulso (pode ser transitório)
▫ 30% proximal ▫ 15% distal
• Manifestações neurológicas (6% – 19%)
▫ Arterias inominada ou carótida comum esquerda
▫ Artéria espinhal – paraparesia ou paraplegia
• Isquemia das extremidades inferiores
▫ Artérias ilíacas ▫ Diminuição do pulso femural (12%)
• Hipotensão (tamponamento card, regurgitação)
▫ 25% proximal ▫ 4% distal
• HAS
▫ 70%, distal ▫ 36% proximal
• “Pseudo-hipotensão” (dissecção envolvendo os vasos braquiocefálicos, oclusão das aa braquiais)

Diagnóstico por Imagem
“O sucesso terapêutico está intimamente relacionado à precisão das informações”
▫ Confirmação de dissecção
▫ Envolvimento da aorta ascendente
▫ Acometimento cardíaco (regurgitação, derrame, FE, coronárias)
▫ Entrada e reentradas
▫ Trombos
▫ Envolvimento de vasos secundários

Disseção aórtica tipo A: o melhor exame é o ecocardiograma transesofágico.

Radiografia de Tórax
• Achado incidental
• Alargamento da silhueta aórtica (81% - 90%)
• “Sinal do cálcio” (sugestivo)
• Comparação com RX prévio
• Derrame pleural esquerdo

Aortografia (atualmente existem métodos melhores)
• Primeira técnica diagnóstica acurada
• Sinais angiográficos diretos (diagnóstico)
▫ Visualização dos dois lúmens
▫ Flap intimal
• Sinais angiográficos indiretos (sugestivos)
▫ Deformidade do lúmem aórtico
▫ Espessamento das paredes aórticas
▫ Anormalidades nos ramos secundários
▫ Regurgitação aórtica

Tomografia computadorizada
• Dois lúmens distintos separados por um flap intimal
• Vantagens: ▫ Não é invasiva ▫ Presença de trombos ▫ Derrame pericárdico
• Desvantagens: ▫ Contraste IV ▫ Dificuldade para visualizar o local da laceração e regurgitação aórtica

Ressonância magnética
• Vantagens:
▫ Não invasiva ▫ Sem contraste ou irradiação ▫ Imagens em vários planos ▫ Patência coronariana (gadolínio)
• Desvantagens:
▫ Pacientes com MP, desfibriladores e clipes ▫ Dificuldade de identificar regurgiatação aórtica ▫ Contra-indicado para pacientes instáveis

Ecocardiografia
• Vantagens:
▫ Prontamente disponível, beira do leito
▫ Não invasivo
▫ Sem contraste ou irradiação
• Desvantagens:
▫ Janela adequada (ETT)
▫ Limitação para aorta ascendente e arco devido a interposição da traquéia (ETE).

Tratamento Clínico
- Imediato!
- Objetivo: reduzir a PA e a força contrátil do miocárdio.
• Redução da pressão arterial e diminuição da velocidade de ejeção do VE
▫ PAS 100 – 120 mmHg (média 60 – 75 mmHg)

– Nitroprussiato de sódio
–  Betabloqueadores: propranolol ou metoprolol

▫ Antagonistas do canal do cálcio quando contra indicado o betabloqueador (diltiazem e verapamil)
• Alívio da dor
▫ Morfina
• Hipotensão (tamponamento, pseudohipertensão)
▫ Volume
▫ Noreprinefrina, fenilefrina

Tratamento Cirúrgico
• Tipo A – cirurgia de emergência
▫ CEC + hipotermia profunda + parada circulatória total

Cardio #02 - Insuficiência Cardíaca

junho 11, 2018 Posted by Laura M. , No comments
Introdução:
A Insuficiência Cardíaca (IC) pode ser considerada hoje um problema de saúde pública. Tem alta prevalência, alto custo , é freqüentemente incapacitante e tem elevada mortalidade.
- Falência cardíaca só perde para o acidente vascular encefálico como maior causa de óbito.
- Principal causa de internação entre as doenças cardiovasculares.
- Sobrevida média comparável ao câncer metastático na sua história natural, em caso de IC grave.
- Principal Etiologia: Cardiopatia Isquêmica Crônica.
- Prevalência na população geral vem crescendo!
- Atualmente 2% da população tem IC.

Patogênese:
A boa função cardíaca depende de uma adequada sístole (função sistólica) e diástole (função diastólica).
- A função sistólica pode ser estimada pela Fração de Ejeção, definida como percentual do volume diastólico final que é ejetado pelo coração: FE nl = 50-70%.
- A função diastólica pode ser estimada através da Pressão diastólica final (nl=8-12mmHg), porém esta medida se faz de forma invasiva, portanto na prática ambulatorial podemos aferir de forma indireta através do ECO Doppler ao medir a velocidade de fluxo através da válvula mitral.

Tipos de Insuficiência Cardíaca:
Quanto ao mecanismo Fisiopatológico: Sistólica (+ comum) e Diastólica.
- A IC sistólica é aquela em que o principal problema é a contratilidade miocárdica. Ocorre então uma dilatação ventricular pela deficiência contrátil, cursando com FE ≤ 50%, Baixo débito cardíaco e aumento do volume de enchimento (VDF) e, consequentemente, aumento da pressão de enchimento ventricular, a qual será transmitida aos átrios e sistema venocapilar.
Ex: IAM, isquemia miocárdia, fase dilatada da cardiopatia hipertensiva e miocardiopatia dilatada idiopática.
- Já a diastólica é aquela secundária à redução do enchimento ventricular. Essa restrição patológica ao enchimento diastólico se deve: a uma alteração no relaxamento muscular e/ou a uma redução na complacência ventricular. Na maioria das vezes, há uma hipertrofia muscular concêntrica.
Ex: Fase Hipertrófica da Cardiopatia Hipertensiva e Cardiomiopatia Hipertrófica.

Quanto ao lado afetado: IC Direita, IC Esquerda (+ comum), IC Biventricular.

Quanto ao débito cardíaco: IC Baixo débito (+ comum) ou IC Alto débito.

Mecanismos Compensatórios:
Insuficiência cardíaca é uma condição em que o coração não consegue bombear o sangue de acordo com a demanda tecidual (sistólica), ou só o faz à custa de aumento na pressão de enchimento (Pdiastólica final - IC diastólica).
Dilatação Ventricular na IC Sistólica: ↑ Volume Diastólico Final
Lei de Frank-Starling: ↑ Volume Diastólico Final ↑ DC ↑ FE
Progressão da doença de base
Desenvolvimento de baixo débito e/ou síndrome congestiva pulmonar
Ativação neuro-hormonal
Hipertrofia Ventricular Esquerda: ↑ Contratilidade  ↓ Tensão na Parede Ventricular (Lei de Laplace) (estímulo pela Angiotensina II): HVE leva a arritmogênese, piora função diastólica e é um fator de risco independete para eventos cardiovasculares.
- Aumento do ionotropismo dos miócitos saudáveis pelo Sistema Nervoso Simpático (receptores α1 e ß1)
- Aumento do cronotropismo para auxiliar o incremento no Débito cardíaco (receptores ß1)
- Retenção de Na e H2O pelos rins:  Dilatação Ventricular - Falha da Lei de Frank-Starling
Progressão da doença de base
Cardiotoxicidade mediada por epinefrina, angiotensina II e aldosterona.
 Levando ao desfecho final: ↓DC  FE - Remodelamento Cardíaco

Remodelamento Cardíaco:
- Ação deletéria do Sistema Neuro-hormonal.
- Noradrenalina: atua em ß1 e ß2 miócitos, tornando-os hipofuncionantes, podendo evoluir para apoptose.
- Angiotensina II: atua em receptores AT1 nos miócitos, induzindo apoptose desses e a proliferação de fibroblastos.
- Aldosterona: hiperproliferação de fibroblastos.
Degeneração de Miócito e Fibrose intersticial = Remodelamento Cardíaco = parede intracardíaca deixa de ser elipsoide e torna-se esférica.
Piora da Disfunção Ventricular.

  • Drogas que são capazes de influir positivamente na história natural da IC Sistólica de Baixo Débito aumentando a sobrevida do paciente:
    1.  IECA
    2. BRA
    3. Beta-Bloqueadores
    4. Antagonista da Aldosterona
Pós-Carga Cardíaca:
Na fase sintomática da Insuficiência Cardíaca o ventrículo trabalha com uma pós-carga elevada, devido a 3 fatores: 
    1. Vasoconstrição Arteriolar Periférica;
    2. Retenção Hídrica;
    3. Remodelamento cardíaco com maior necessidade de esforço para sístole adequada;
A redução medicamentosa da pós-carga exerce efeito benéfico sobre a performance cardíaca!


Diagnóstico Clínico:

- Síndrome da Congestão Pulmonar;
- Edema Agudo de Pulmão: é o extremo da congestão pulmonar, paciente apresenta intensa crise de taquidispneia e ortopneia, associada à insuficiência respiratória, às vezes com cianose central (hipoxemia grave). Estertoração pulmonar audível acima da metade inferior do hemitórax. Pode haver também sibilos difusos (asma cardíaca). EAP ocorre quando pressão capilar pulmonar ultrapassa 25 mmHg (nl = 12 mmHg). RX com infiltração bilateral em "asa de borboleta".
- Síndrome Congestiva Sistêmica (insuficiência biventricular ou ICVD);
- Síndrome de Baixo Débito: fadiga muscular, indisposição, mialgia, lipotímia e cansaço.
- Caquexia Cardíaca;
- Choque Cardiogênico: é o extremo da IC, manifestação comum nas formas agudas graves (ex. IAM anterior extenso) ou como fenômeno terminal da forma crônica de ICC. Choque + Hipotensão Grave (PAS < 80 mmHg) + Não Resposta à Reposição Volêmica.

Sintomas de Insuficiência Cardíaca:
  • Dispnéia aos esforços ou em repouso, 
  • Ortopnéia (dispneia em decúbito dorsal),
  • Dispnéia paroxística noturna (congestão pulmonar grave),
  • Fadiga , 
  • Tolerância reduzida aos esforços, 
  • Tosse seca sem causa aparente (especialmente noturna), 
  • Tosse com expectoração rósea
  • "Asma Cardíaca" - broncoespasmo
  • Estado confusional agudo, 
  • Náuseas, dor abdominal, (insuficiência VD)
  • Declínio do estado funcional, hiporexia. (insuficiência VD)
Sinais de Insuficiência Cardíaca:
Devemos sempre pesquisar sinais de aumento de pressão venosa jugular e presença de B3, já que esses sinais são importantíssimos para o prognóstico.
  • Taquicardia, 
  • B3: A  terceira  bulha  pode  ser  fisiológica  ou  patológica  (quando  há  cardiopatia associada).  Em  ambos  os  casos  ela  ocorre  na  mesm a  fase  do  ciclo  – o enchimento  rápido.  Essa  fase  é  a  primeira  fase  de  enchimento  ventricular,  que ocorre  logo  após  a  abertura  das  valvas  atrioventriculares.  Ela  torna- se  audível e presente quando o sangue proveniente do enchimento rápido vibra na parede do ventrículo. Na B3 patológica que ocorre na IC, há vibração  do  sangue  proveniente  da  fase  de  enchimento rápido em uma parede ventricular dilatada  por hipertrofia excêntrica produzindo o sopro.
  • B4 (doença isquêmica e cardiopatia hipertensiva) : A  quarta  bulha,  na maioria  das  vezes, é  patológica. Exceto  em  situações como as  síndromes  hipercinéticas  ou  quando  trata-se  de  um  atleta.  Tanto  é  verdade que,  diz-se  que,  caso  ausculte  uma  B4  em  um  indivíduo  normal  e  ele  não apresenta  síndrome  hipercinética  ou  não  é  atleta,  com  certeza    uma cardiopatia associada que não foi inicialmente diagnosticada.
    Diferente  da  terceira  bulha,  a  B4  ocorre  na  última  fase  do  enchimento ventricular  –  representada  pela  contração  atrial.  Essa  fase  é  responsável  por cerca de 20 a 30%  do sangue ejetado para o ventrículo.
    Ocorre  pela  vibração  do  sangue  durante  a  contração  atrial  em  um ventrículo pouco complacente. 
    A  baixa  complacência  do  ventrículo  pode  ocorrer   em  diversos processos,  como  na  hipertrofia  concêntrica,  doenças  infiltrativas  do miocárdio,  inflamações  miocárdicas,  infarto,  etc.  Porém,  dentre  essas, aquela  que  mais  frequent emente  leva  ao  aparecimento  da  quarta  bulha é  a  HIPERTROFIA  CONCÊNTRICA.  Portanto,  iremos  abordar  apenas essa causa (veja  mais a f rente). 
    A  B4  desaparece  na  fibrilação  atrial  (FA).  Fato  justificado  pela  sua patogênese  –  a  bulha  surge  na  fase  de  contração  atrial  (ausente  na FA).
  • aumento do pulso venoso jugular, 
  • refluxo hepatojugular, 
  • crepitações bilaterais, 
  • edema periférico não atribuído à insuficiência venosa, 
  • desvio lateral do ictus cordis, 
  • aumento de peso (edema) ou caquexia por perda muscular, disabsorção intestinal.
  • aumento da freqüência respiratória.
  • Pulso alternans: alternância de um pulso forte com um pulso fraco - reflete débito sistólico extremamente baixo - péssimo prognóstico.
  • Hipofonese B1 (Hipocontratilidade de VE)
  • Hiperfonese B2 (Hipertensão Arterial Pulmonar) 
  • Pesquisa do refluxo hepatojugular: faz-se pressão sobre o quadrante superior direito do abdome observando se haverá aumento da altura do pulso jugular > 1 cm - Refluxo hepatojugular positivo +.
  • Estimar PVC à Beira de Leito:


Estágios da Insuficência Cardíaca:
O estágio vai ser importante para orientar o tratamento
A - Pacientes com alto risco de disfunção cardíaca: 
- Pacientes com risco de desenvolver insuficiência cardíaca pela presença de condições clínicas associadas ao desenvolvimento desta enfermidade. Tais pacientes não apresentam nenhuma alteração estrutural ou funcional do pericárdio, miocárdio ou de valvas cardíacas e nunca apresentaram sinais ou sintomas de ICC.
- Etiologias: Hipertensão sistêmica, coronariopatia, diabetes mellitus, histórico de cardiotoxicidade, tratamento por droga ou abuso de álcool, histórico de febre reumática, histórico familiar de cardiopatia.
B - Disfunção Ventricular Assintomática:
- Pacientes que já desenvolveram cardiopatia estrutural sabidamente associada a IC, mas que nunca desenvolveram sinais ou sintomas de IC.
- Etiologias: Hipertrofia ventricular esquerda ou fibrose, dilatação ventricular esquerda, hipocontratilidade, valvopatia ou IAM.
C - IC Sintomática:
- Pacientes com sintomas prévios ou presentes de IC associados com cardiopatia estrutural subjacente.
- Etiologias: Dispnéia ou fadiga por disfunção ventricular esquerda sistólica. Pacientes assintomáticos sob tratamento para IC.
D - IC Refratária:
- Pacientes com cardiopatia estrutural e sintomas acentuados de IC em repouso, apesar da terapia clínica máxima, e que requerem intervenções especializadas.

- Etiologias: Pacientes hospitalizados por IC ou que não podem receber alta, pacientes hospitalizados aguardando transplante, pacientes em casa recebendo tratamento de suporte parenteral, pacientes em unidades especiais para tratamento da IC.
A suspeita clínica deve ser confirmada com a avaliação da função cardíaca.
Avaliação Complementar:

Exames básicos - Hemograma, glicemia, creatinina, sódio, potássio e urina-rotina. Outros exames devem ser solicitados de acordo com a suspeita clínica.
RX de Tórax – É exame importante na avaliação da IC. O achado de cardiomegalia (IC>0,5) é comum na IC e sua ausência na vigência do quadro clínico levanta a hipótese de IC diastólica. A relação entre a área cardíaca e a função do VE é pobre. A simples análise do RX de tórax não permite determinar o tipo de disfunção ventricular esquerda.
ECG – Ajuda no diagnóstico da cardiopatia subjacente. Sinais de isquemia, sobrecargas atriais e/ou ventriculares e arritmias podem ser detectados, alguns com implicações prognósticas.
Holter – Deve ser solicitado quando suspeita-se de arritmias intermitentes.
Estudo Eletrofisiológico – É indicado apenas nos casos de pacientes que sofreram Parada Cardiorrespiratória (PCR), síncopes e pacientes com disfunção grave do VE, visando a implantação de cardioversordesfibrilador automático implantável.
Avaliação funcional e da qualidade de vida – Mesmo não havendo correlação entre os parâmetros hemodinâmicos em repouso e a capacidade funcional, a piora desta indica piora do prognóstico. As utilidades da avaliação funcional são: Avaliação prognóstica, diagnóstico diferencial da dispnéia, avaliação da resposta terapêutica e direcionamento da prescrição de exercícios. A avaliação objetiva só é conseguida através da ergoespirometria. A qualidade de vida é avaliada através de questionários específicos.
Ecocardiograma – Método seguro, rápido e disponível , constitui-se no exame de escolha para a avaliação dos pacientes com IC. A Fração de Ejeção (FE) é o índice mais usado para avaliar a função sistólica global, embora não detecte alterações segmentares . Além disso, a FE e outros índices de avaliação do VE estão ligados à pré e à pós carga e seus valores nem sempre refletem a real contratilidade miocárdica. A interpretação dos dados do Eco em relação à função diastólioca exige ainda maior cautela. Diversas variáveis fisiológicas interferem nos padrões de enchimento do VE e eles podem ser variáveis conforme a evolução da doença ou o tratamento prescrito.
Medicina Nuclear – Possui métodos úteis na abordagem da IC, notadamente naquelas de origem isquêmica, permitindo a identificação do miocárdio viável. A ventriculografia radioisotópica é um método auxiliar ao ecocardiograma nos pacientes com janela desfavorável.
Cateterismo cardíaco - indicações:
Classe I/B · Pacientes com suspeita de doença arterial coronariana, com disfunção ventricular importante, no momento da avaliação clínica e prognóstica, ou por ocasião da definição do tratamento clínico ou cirúrgico. · Pacientes que serão submetidos a tratamento cirúrgico da insuficiência cardíaca.
Peptídeo Cerebral Natriurético (BNP) – Trata-se de peptídeo produzido nos ventrículos cerebrais em resposta ao aumento da pressão ou volume dos mesmos. Os níveis elevam-se na IC, estando diretamente ligados ao priognóstico. Seus níveis elevam-se já na IC assintomática (B). Aumenta na IC sistólica ou diastólica e serve para monitorizar o tratamento. Suas indicações são as seguintes:

  1. Auxílio no diagnóstico de IC na sala de emergência  - I/B
  2. Determinação da gravidade da IC - IIa/B
  3. Diagnóstico da IC diastólica isolada - IIa/B 
  4. Avaliação da resposta terapêutica - IIa/B
Prognóstico:

1.Classificação NYHA
CFI – Pacientes assintomáticos (exibem sintomas apenas em níveis de esforços equivalentes à população saudável).
CF II – Sintomáticos aos esforços habituais
CF III – Sintomáticos aos mínimos esforços
CFIV – Sintomáticos em repouso
- Sobrevida em 5 anos

  • I NYHA - 85%
  • II NYHA - 75%
  • III NYHA - 50%
  • IV NYHA - 50% em 1 ano

2. Fração de Ejeção:
- prediz o prognóstico independentemente da classe funcional NYHA.
- Disfunção sistólica grave : FE < 35% - Sobrevida de 15-35% em 5 anos nos pacientes NYHA III/IV e de 60% em pacientes classes I/II.
3. Disfunção Diastólica Associada: maior morbimortalidade.
4. BNP, Na + : Hiponatremia, refelete o grau de ADH secretado devido ao baixo débito, está relacionada a pior prognóstico. A quantidade de BNP também reflete a mortalidade proporcional.

Complicações

1. TEP
2.Tromboembolismo Sistêmico
3. Arritmias Cardíacas:

  1. Extrassístole Ventricular
  2. Flutter atrial
  3. Fibrilação atrial
  4. TV, a qual pode se degenerar para uma Fibrilação Ventricular.
  5. TV ramo a ramo: tipo especial de TV sustentada monomórfica que pode ser curada pela ablação por radiofrequência.
  6. Bloqueio AV
Causa de Morte na IC
Metade dos pacientes com IC apresentam morte tipo súbita, na maioria das vezes devido à Fibrilação Ventricular.
Maiores preditores de risco para morte súbita: 
  • Episódio Prévio Revertido
  • TV sustentada
  • Disfunção ventricular com FE < 35% em paciente sintomático
Daí a conduta de se indicar Cardiodesfibrilação Implantável (CDI) nesses pacientes!
Outras causas de morte: Choque Cardiogênico e Edema Agudo de Pulmão Refratário.


Tratamento

- Drogas modificadores da sobrevida na IC Sistólica:

  1. IECA: Todos os casos de IC Sistólica, assintomátios ou sintomáticos, qualquer NYHA.
  2. B-Bloqueador: Todos os pacientes com IC sistólica em qualquer NYHA, IC por Doença isquêmica do Miocárdio, Cardiomiopatia Hipertrófica sintomática.
  3. Antagonista da Aldosterona - Espironolactona: IC Sistólica Sintomática - II a IV NYHA.
  4. Hidralazina + Nitrato: Pacientes negros com IC nas classes II a IV NYHA, já em uso de IECA e B-bloqueadores.
  5. BRA: Pacientes com indicação de IECA, mas que não toleram o medicamento por conta da tosse.

IVABRADINA
- Inibidor específicos da corrente If.
- Consegue reduzir a FC no repouso e no exercício, diminuindo o trabalho cardíaco.
- Pacientes com II a IV NYHA com disfunção sistólica e em terapia otimizada de IECA ou BRA + BB. Desde que a FC seja maior ou igual 70 e o ritmo seja sinusal.

DIURÉTICOS DE ALÇA E TIAZÍDICOS
- Não aumentam a sobrevida, mas deixam os pacientes compensados (sem sintomas).
- Não existe remédio melhor do que Furosemida IV para compensar um paciente com IC Congestiva.
- Pacientes com IC classes III ou IV, em sua maioria, necessitam de diuréticos de alça ou tiazídicos para manterem-se compensados.
- Pacientes descompensados necessitam da administração PARENTERAL de diuréticos de alça, furosemida, pois a absorção dos diuréticos por via oral está muito prejudicada pela congestão da mucosa intestinal.
- A dose de Furosemida IV que possui o efeito máximo diurético em um paciente com IC sem disfunção renal é de 120mg.

DIGITÁLICOS
- Efeito ionotrópico positivo: inibição da Na/K ATPase. Acúmulo de Na intracelular, permitindo maior troca deste íon com o Ca, portanto há acúmulo também de Ca intracelular, aumentando sua disponibilidade para a contração muscular na sístole.
- Ação Colinérgica: Reduz o automatismo do nó sinual por aumento do tônus vagal, aumenta a refratariedade e diminui a velocidade de condução do nódulo AV.  Potencial bradiarrítmico na toxicidade.
- Ação Arritmogênica: o acúmulo intracelular do Ca predispõe à ativação de uma corrente de sódio capaz de precipitar pós-potenciais tardios e desencadear extrassístoles ou taquiarritmias automáticas.
- São as únicas drogas ionotrópicas positivas que podem ser utilizadas a longo prazo na IC sistólica.
- Não alteram a mortalidade na IC. Portanto são drogas de segunda linha na IC sistólica, importantes para garantir o alívio sintomático de alguns pacientes e mantê-los compensados.
- São CONTRAINDICADOS nos casos de IC Diastólica Pura, Doença Isquêmica do Miocárdio sem IC Sistólica (piora a função diastólica e também piora quadros de isquemia).
- Digoxina 0,125-0,375mg VO/dia
- Deslanosídeo IV (cedilanide)
- Indicações: IC classes III-IV NYHA que não estão compensados apesar de IECA+BB+Diurético. IC com FA de alta resposta ventricular não controlados com BB.
Resultado de imagem para digitálico mecanismo ação
ESPIRONOLACTONA - ESTUDOS
Quando usar ARMs?
  • As diretrizes atuais de IC recomendam como classe I a introdução de ARMs em pacientes com ICFER (FE <35%), sintomáticos apesar de receberem IECA (ou BRA) e BB, para redução adicional de mortalidade ou hospitalização por IC. Os AMRs também são recomendados para reduzir a morbimortalidade após IAM em pacientes com FE <40% que desenvolvem sintomas de IC ou que têm história de diabetes mellitus, a menos que sejam contraindicados.
  • Os ARMs devem ser evitados, ou usados com cautela, em pacientes com potássio > 5,0 mEq/L ou creatinina > 2,5 mg/dl (homens) ou > 2,0mg/dl (mulheres).
Apesar dos benefícios dos antagonista dos receptores mineralocorticoides (ARM) no tratamento insuficiência cardíaca (IC), seu uso permanece abaixo do ideal.  Até a década de 90 a espironolactona era usada como um diurético poupador de potássio, isoladamente ou em associação com diuréticos de alça ou tiazídicos, para o manejo de hipertensão ou congestão refratária em doentes com IC. A partir dos anos 90, o bloqueio neuro-hormonal se tornou o alvo do tratamento medicamentoso da IC.

Uma das principais motivações para os ensaios clínicos com ARM na IC foi o achado de que embora os iECAs fossem eficazes na redução dos níveis séricos de aldosterona, geralmente após 6 meses esses níveis voltavam a subir. Este fenômeno, conhecido como “escape da aldosterona”, também foi descrito durante o uso prolongado de BRAs. A publicação do RALES, em 1999, criou um “efeito translacional inverso” com um aumento de estudos básicos e translacionais permitindo uma melhor compreensão dos mecanismos de benefícios dos ARMs. 
A ativação sustentada de receptores mineralocorticoides (RM), expressos na parede vascular e endotelial, no miocárdio e também no cérebro, rim, intestino, olhos e outros tecidos, está associada a hipertrofia ventricular, disfunção endotelial, fibrose e enrijecimento vascular na IC. Além disso, a ativação de RM também está associada a aumento da resistência à insulina, com implicações importantes não só no tratamento da IC mas também do diabetes mellitus.
  • Nota: Embora a amilorida e o triantereno também sejam diuréticos poupadores de potássio, seu mecanismo de ação se dá através do bloqueio apical dos canais de sódio no nefrón distal, sem efeito em RMs e, portanto, na IC.

Três estudos de referência estabeleceram o benefício dos antagonista dos receptores mineralocorticóides (ARM) no tratamento insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção reduzida (ICFER):

  • RALES
  • EPHESUS
  • EMPHASIS-HF
O estudo RALES (n = 1.663), publicado em 1999, foi o primeiro grande ensaio clínico a demonstrar benefício da espironolactona na redução de mortalidade (cardiovascular, por todas as causas e súbita) e hospitalização cardiovascular em portadores de IC crônica (FE < 35%) e NYHA III-IV. 
Uma crítica comum ao RALES é de que apenas 10% dos pacientes recebiam algum betabloqueador (BB) apesar de que, naquela época, os bletabloqueadores ainda não haviam se mostrado eficazes ou seguros em pacientes com IC. 
Os principais efeitos adversos observados com o uso da espironolactona foram o aumento de creatinina e potássio, mas sem repercussão clínica. Além disso, como a espironolactona também bloqueia o receptor da testosterona aumentando sua aromatização para estradiol, 10% dos homens relataram ginecomastia dolorosa.
OBS: A espironolactona é empregada em altas doses como antiandrógeno na hormonioterapia de transexuais.
E os pacientes com FE preservada e poucos sintomas?
Em 2014, o estudo TOPCAT (n = 3.445) avaliou a espironolactona em doentes com IC de fração de ejeção preservada (ICFEP) e não demonstrou impacto sobre mortalidade, embora tenha reduzido as hospitalizações por IC. Assim como nos outros estudos com ARMs, no TOPCAT também houve um aumento significativo da creatinina sérica, mas sem necessidade de diálise. O TOPCAT tem uma curiosidade envolvendo diferenças geográficas entre os pacientes randomizados das “Américas” (Canadá, EUA, Argentina e Brasil) e aqueles da Europa Oriental (Rússia e da República de Geórgia). A análise post hoc revelou que os doentes randomizados da Europa Oriental (cerca de metade dos pacientes do estudo) tinham uma taxa de mortalidade semelhante à da população geral, ou seja, talvez não tivessem ICFEP. Quando excluídos esses pacientes da análise, houve redução significativa de mortalidade e hospitalização por IC no grupo das “Américas”. Embora análises post hoc não tenham a mesma força da evidência randomizada, alguns especialistas acreditam que a espironolactona possa ser indicada aos pacientes com ICFEP, especialmente naqueles com peptídeos natriuréticos muito elevados.
As diretrizes de IC americana e canadense (mas não a europeia) recomendam o uso de espironolactona em pacientes selecionados, com o objetivo de reduzir hospitalizações por ICFEP (recomendação fraca IIb). Dificilmente veremos uma diretriz assumindo a responsabilidade em se comprometer com uma recomendação de alguma droga, no caso a espironolactona, para redução de mortalidade baseando-se somente em uma análise post-hoc.
Na prática, os médicos das “Américas” devem estar cientes dessas variações regionais e considerar o uso da espironolactona em pacientes com ICFEP que atendam aos critérios do TOPCAT e das diretrizes. No entanto, até que novos estudos randomizados sejam publicados e confirmem essa hipótese, a indicação de espironolactona  na ICFEP tem a mesma força de evidência que, por exemplo, o candesartan (CHARM-preserved) ou o perindopril (PEP-CHF). De qualquer forma, os iECA/BRAs, a espironolactona e os diuréticos permanecem sendo excelentes escolhas para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica, presente em 80% dos pacientes com ICFEP.

ANTAGONISTAS DO CÁLCIO (Nifedipina, Verapamil)
- NÃO devem ser usados em pacientes com IC Sistólica e Cardiopatia Dilatada (efeito ionotrópico negativo - aumento da mortalidade).

MARCAPASSO 
- Pacientes com Bloqueio de Ramo Completo (QRS > 120ms), IC classe III/IV NYHA, FE < 35% e Terapia Otimizada possuem indicação de Marcapasso Biventricular tipo DDD(R).
Os marcapassos de dupla-câmara com resposta de freqüência (DDDR) foram desenvolvidos a partir da observação de que os marcapassos DDD convencionais, (que usam o nó sinusal para modular a freqüência cardíaca, não eram adequados para os pacientes com incompetência cronotrópica associada, em que o nó sinusal deve ser substituído por um sensor, a fim de elevar a freqüência cardíaca durante o exercício físico ou quando há demanda metabólica.
Resultado de imagem para marcapasso DDDR
CARDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL (CDI)
- Aproximadamente metade dos pacientes com IC morre subitamente, na maioria devido a uma arritmia ventricular.
- CDI é recomendado para prevenção secundária de pacientes que tiveram morte súbita abortada e para prevenção primária em pacientes pós-IAM ou não isquêmicos, com disfunção de VE com FE < 35% em NYHA II ou III, na vigência de drogas otimizadas. 
- Esses pacientes devem ter razóavel expectativa de vida.
TRANSPLANTE CARDÍACO
- Sobrevida média de 60% em 6 anos pós transplante!
- Indicação: Classe IV NYHA.

VENTRICULECTOMIA PARCIAL (Cirurgia de Handas Batista)
- Obsoleta!
- Alta mortalidade pós-operatória.
Resultado de imagem para tratamento IC por estágios
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Fontes:
MedCurso Cardiologia - Insuficiência Cardíaca e suas causas.
http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/protocolos/insuficiencia_cardiaca.pdf
http://www.scielo.br/pdf/abc/v95n4/28.pdf
https://cardiopapers.com.br/por-que-usamos-espironolactona-na-insuficiencia-cardiaca/
https://cardiopapers.com.br/devemos-usar-espironolactona-na-insuficiencia-cardiaca-com-fracao-de-ejecao-preservada/
https://cardiopapers.com.br/antagonismo-mineralocorticoide-na-insuficiencia-cardiaca-parte-2-mecanismo-de-acao-e-recomendacoes-das-diretrizes/

Semio#02 - Gastrointestinal

junho 10, 2018 Posted by Laura M. , , No comments

Anamnese

1. Dor
Apendicite
A dor abdominal inicialmente é referida tipo visceral contínua de intensidade moderada em região peri-umbilical ou epigástrica, posteriormente (1h a 12h depois) torna-se localizada próxima ao Ponto de McBurney, dor tipo somática devido ao acometimento do  peritôneo parietal.

Dor Referida
• Escápula e ombro D – frênica e biliar 
• Escápula e ombro E – frênica E e baço 
• Em barra - pancreatite 
• Hipocôndrio direito – fígado, vesícula e lobo inferior do pulmão direito 
• Periumbilical – Delgado e apêndice 
• Lombo sacra – Útero, testículos, rins e reto 
• Flanco – pancreatite e litíase renal 
• Perineal – prostatite e “proctalgia fugax”
2. Distensão Abdominal - 5 F e 1 T. :( Fluid/ Fetus/ Flatus/ Fat/ Feces/ Tumor )
3. Náusea
4. Vômito
5. Dispepsia
6. Pirose
7. Disfagia
8. Ictericia
9. Leuconíquia Transversal: Cirrose Hepática
MANCHAS BRANCAS NAS UNHAS – Leuconíquia



Exame Físico

- Pele: 

Hemangiomas, nevos, abaulamentos
Cicatrizes – descritas cuidadosamente
Estrias, hematomas e circulação colateral  
Movimentos peristálticos e pulsações: quando visível é sinal de luta para desobstruir algum ponto do trato gastrointestinal. - Sinal de Kussmaul
Distensão generalizada 
• Gordura, Gases, Fezes, Líquido, Feto, Neoplasias 
Distensão localizada no abdome 
• Tumores, Aneurismas (pulsáteis), Metástases 
Circulação Colateral:  (cabeça de medusa, veias varicosas, circulação portal ou tipo cava inferior)
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  1. Portal – Obstrução do fluxo venoso proveniente das tributárias da veia porta (veia esplênica e mesentérica superior), levando a formação de vasos colaterais e recanalização da veia umbilical (causa da cabeça de medusa).
  2. Cava inferior – causado por obstrução a nível da veia cava inferior. Pct irá apresentar vasos colaterais em direção ascendente pelo aumento do fluxo venoso nestas.
  3. Cava superior – Obstrução ou compressão da veia cava superior levando a aumento do fluxo em vasos colaterais com direção descendente.

Posição de Schuster: utilizada para realizar palpação do baço.
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Espaço de Traube: O Espaço de Traube é uma zona de percussão de timbre timpânico de formato semilunar, limitada à direita pelo lobo esquerdo do fígado, acima pelo diafragma e pulmão esquerdos e à esquerda pela linha axilar anterior esquerda. De modo geral, esse espaço tem largura de 12cm e altura de 9cm, projetando-se sobre da 6ª à 9-10ª costelas. A expressão “Traube Livre”, muito usado no cotidiano dos hospitais e acadêmicos, significa dizer que a percussão do espaço apresenta o timbre timpânico e que a loja de Traube encontra-se “livre” de ocupação, conforme normal.
No entanto, alguns fatores podem alterar o timbre da percussão do Espaço de Traube, tornando-se, agora, maciços à dígito percussão do espaço. Além das esplenomegalias, comuns em doenças como Leucemias, doença de Chagas e Esquistossomose, as cardiomegalias, os aumento de volume do lobo hepático esquerdo e os derrames pleurais também correspondem ao “Traube preenchido” ou maciço. Quando o baço aumenta de volume, por qualquer dos motivos, faz seguindo direção obliqua da esquerda para a direita e para baixo, podendo ocupar, inclusive a fossa ilíaca esquerda.
- Sons audíveis no Abdome:
A. Peristalse (quantificar e qualificar) 
B. Sopros (vasculares ou tumorais 
C. Atritos (hepato-esplênicos) 
- Anemia falciforme, endocardite, peri hepatites e leucemia mielocítica crônica 
D. Borborismos (ruidos hidroaéreos) 
E. Batimentos cardiofetais 
F. “Splash” (VASCULEJO) epigástrico na estenose pilórica – corresponde ao gargarejo observado à palpação 
- Ausculta abdominal revela: 
• Doenças da aorta, artéria renal ou mesentérica: Checar angina intestinal, hipertensão arterial ou claudicação intermitente de mifs que atinge os glúteos 
• Tumores vascularizados : hepático e renal 
• Compressões vasculares – tumores do abdome 
• Infartos hepáticos e esplênicos, tumores ou perihepatites como a gonocócica 
Image result for espaço de traube• Áreas intestinais com motilidade anormal e acúmulo de líquidos e gases 

Sinais e Manobras Semiológicas do Aparelho Gastrointestinal

- Sinal de Kussmaul: luta.
- Sinal de Cullen
- Sinal de Gray-Turner
-sinal de MURPHY: Observado nas colecistites agudas. É a parada abrupta da inspiração profunda por aumento da dor no momento em que o fundo da vesícula biliar inflamada é pressionada pelos dedos do examinador. - Sinal de Cruveilhier – Baumgarten: É quando é possível auscultar um sopro na veia umbilical revascularizada (cabeça de medusa), indicativo de hipertensão portal.
- Sinal de Jobert: desaparecimento da macicez e aparecimento de timpanismo na região de projeção do fígado. É observado no pneumoperitôneo (perfuração de vísceras ocas, p. ex., estômago levando a presença de ar no peritônio).
- Sinal do piparote: Pede-se que o paciente coloque sua mão na linha mediana do abdome e realiza-se a percussão na lateral, se aparecer sensação de ondas líquidas no lado oposto ao da percussão é sinal positivo para ascite de GRANDE volume.
- Sinal de Gersuny: Observado em casos de fecaloma. Quando se comprime uma massa abdominal de maneira profunda e demorada, ao se reduzir a pressäo da mão, percebe-se que a parede intestinal "desprega-se" subitamente do bolo fecal, produzindo uma sensação semelhante a uma "crepitação, resultante da interposição de ar entre a parede intestinal e o bolo fecal. 
Sinal de Torres-Homem: Dor à percussão hepática; pode indicar processo inflamatório como no caso do abscesso hepático.
Sinal de Courvoisier-Terrier: palpação da vesícula em pacientes ictéricos. Indicativos de CA de cabeça de pâncreas, de colédoco ou ampola.

Apendicite
a.   Blumberg: DB + em FID (irritação peritoneal da região)
b.      Rovsing: Dor na FID ao comprimir FIE (mobilidade do gás para FID)
c.      Lapinsky: Perna direita extendida e elevada leva ao dolorimento da FID.
d.      Lenander: Tretal – Taxilar > 1ºC
e.      Psoas: Dor à extensão seguida de abdução da coxa direita quando paciente esta deitado sobre seu lado esquerdo

Image result for sinal do psoas
f.        Obturador: Dor em hipogástrio ao realizar rotação interna e passiva com a coxa flexionada.Image result for sinal do obturador
g.      Dunphy: piora da dor ao tossir.


- Manobra de Glenard: paciente em decúbito lateral; médico põe seu polegar na parede lateral e os dedos anteriormente; apalpa rim durante a respiração.
- Manobra de Ribeiro Carvalho: Pct respira fundo e segura a resp. enquanto o médico palpa o abdome na região epigástrica, se tiver retorno venoso nas câmeras cardíacas direita, essa manobra irá aumentar o sopro da insuficiência tricúspide, onde vc sente uma pulsação mais forte no epigástrio.
- Manobra de Smith-Bates: paciente contrai os mm. abdominais, elevando os MMII sem fletir os joelhos. Esta manobra é útil para diferenciar hérnia, lipoma ou massas abdominais. Tumores intracavitários se interiorizam com essa manobra.


Manobra do rechaço: com a palma da mão comprime com firmeza a parede abdominal e com a face central dos dedos provoca-se impulso rápido na parede. Se percebe-se um choque na mão que provocou o impulso, é tumor sólido flutuando num meio líquido de ascite.
Obs: Pct com macicez nos flancos e timpanismo na região umbilical é indicativo de líquido na cavidade peritoneal. Neste achado vc pede ao paciente ficar em decúbito lateral, se a área antes maciça ficar timpânica constitui uma macicez móvel de decúbito.




# CURSO GASTROENTEROLOGIA:
http://production.latec.ufms.br/new_pmm/index.html